Clique aqui para copiar a Carta de Princípios.
Carta de Princípios
Diretrizes para uma UECE de excelência.
Nossa Universidade vem passando por um processo de intensa depreciação, cujas soluções apresentadas não a têm elevado ao patamar de excelência, na dimensão que ela precisa para cumprir seu papel na transformação social. E não é só de hoje!
O resultado disso pode ser visto na notória decadência física de nossas instalações, na obsolescência de equipamentos e meios didáticos, na crescente “fuga de cérebros”, atraídos por melhores salários, refletindo, negativamente, no desempenho da Universidade.
Neste quadro, vemos crescer as diferenças entre a graduação e pós-graduação, entre as áreas tecnológicas e as ciências humanas e, sobretudo, entre a “UECE de Fortaleza” e a “UECE do interior”.
Nos últimos tempos, todavia, a comunidade universitária, consciente desta realidade, vem assumindo a defesa desse patrimônio científico e cultural de nosso povo. As mobilizações expressam a vontade de reconquistar uma Universidade comprometida com a determinação constitucional de oferecer educação superior de qualidade, como direito, o que a legitima no seu caráter democrático, a partir da universalização do acesso.
Esta vontade de resgatar a UECE assenta-se num real crescimento da Instituição, no que pesem os problemas explicitados. Somos hoje 17.423 alunos matriculados na graduação, sendo 12.088 na Capital e 5.335 no Interior, distribuídos em 32 cursos. Temos 13 mestrados acadêmicos e 02 cursos de doutorado, números ainda modestos, mas significativos se pensarmos que a Universidade estava praticamente fora do mapa da pós-graduação, até pouco tempo.
Na contramão do potencial expresso nos números explicitados acima, vimos em 10 anos o total de professores efetivos recuar de cerca de 1.100 para os atuais 950, enquanto houve um intenso incremento no número de discentes. Temos ainda cerca de 120 professores substitutos. Além disso, se nossos docentes se lançam à qualificação (somos 27 pós-doutores, 287 doutores e 401 mestres), considerável número deles se encontra sem condições e oportunidades de realizar pesquisa e extensão, principalmente nas unidades do interior. Há um reduzido número de bolsas de iniciação científica que atingem pouco mais de 1% dos alunos matriculados na graduação.
O quadro de servidores técnico-administrativos segue definhando em razão da inexistência do estatuto, institucionalmente legítimo, que ordene o atendimento das demandas do setor mediante concursos públicos.Esta indefinição jurídica favorece a precarização do trabalho na Instituição.
Enquanto isso, a UECE segue sem canais de expressão de sua comunidade, num regime de exclusão da maioria das decisões. As seguidas administrações que se sucederam, e que ora reaparecem na forma das diferentes chapas que se apresentam à Reitoria, mantiveram sempre o traço comum na forma de administrar.
É hora de novos tempos na UECE! Justamente por isso se apresenta uma nova alternativa na próxima consulta para Reitor, trazendo propostas alicerçadas na voz daqueles que acreditam num futuro de uma UECE equânime para vencermos juntos e mostrarmos que somos capazes de unir o mar e o sertão em benefício do Ceará.
É por tudo isso que apresentamos a Chapa Lena Lúcia para Reitora e Hidelbrando Soares para Vice-reitor.
Seguem abaixo os princípios que norteiam nossa candidatura e que, acreditamos, guiarão a eventual administração Lena-Hidelbrando. Convidamos todos a ler, refletir e construir conosco um programa baseado nesses pontos norteadores.
De que universidade o Ceará precisa?
- De uma universidade pública e gratuita de excelência.
- De uma universidade cuja noção de excelência repouse na articulação que envolva pesquisa básica visando à produção de conhecimento, independentemente das exigências imediatas do mercado; pesquisa aplicada, pautada pelas necessidades das sociedades brasileira e cearense; ensino alimentado por um conteúdo relevante para a formação profissional, científica e emancipatória e uma extensão relevante e útil aos interesses sociais, que permita a recuperação das funções fundamentais da Universidade no campo da ciência e da cultura.
- De uma universidade comprometida com o desenvolvimento sócio-econômico do Ceará e com a autonomia de seu povo.
- De uma universidade cujo papel seja definido por sua contribuição científica e cultural para a promoção dos ideais de democracia, igualdade, liberdade e bem-estar dos cearenses.
Como construir a universidade que o Ceará precisa?
- Com autonomia de gestão, assegurando o autogoverno da instituição, o livre desenvolvimento da investigação científica, do exercício da cátedra e da difusão da ciência.
- Com exercício democrático da administração autônoma, atribuindo peso justo e eqüitativo aos vários segmentos constituintes da Universidade, democratizando e valorizando os órgãos colegiados como instâncias de efetiva reflexão e deliberação, concebendo a administração superior como instância executiva a serviço da vontade democrática da Comunidade.
- Com financiamento público da Universidade, que permita emancipar a instituição progressivamente das soluções privatistas.
- Com a concepção de desenvolvimento de conjunto da Universidade, superando as desigualdades entre centros e faculdades, entre áreas do conhecimento e, sobretudo, entre Capital e Interior.
Por quais perspectivas podemos caminhar?
Assegurando reformas necessárias das referências normativas da UECE (Estatutos e Regimento Geral), ajustando-as, de modo participativo, às necessidades e desafios atuais da dinâmica institucional interna e externa.
- Articulando debate qualificado sobre o padrão de financiamento atual, tendo como horizonte o cumprimento da norma constitucional estadual que indica o percentual do orçamento da educação destinado ao ensino superior.
- Demandando junto ao Poder Legislativo e Executivo a elevação imediata das verbas de custeio e do investimento na Universidade.
- Fazendo cumprir o princípio da gratuidade do ensino superior público, tal como prescrito na Constituição Federal.
- Assegurando ações que garantam condições adequadas de ensino e aprendizagem, no que diz respeito às instalações, aparelhagens e materiais necessários à atividade didática.
- Garantindo a implantação de um plano efetivo de Assistência Estudantil, democraticamente construído, de acordo com os reais interesses dos estudantes.
- Encaminhando plano de valorização profissional para os que trabalham na UECE.
- Executando, ouvidos todos os segmentos da Universidade, diagnóstico e plano emergencial de superação da crise atual da UECE.
- Elaborando e executando, com base nas necessidades vocalizadas pelos vários segmentos da comunidade acadêmica e considerando a distribuição geográfica da UECE, um plano de desenvolvimento de natureza global, visando à expansão e democratização das oportunidades de pesquisa, explorando as potencialidades intelectuais, hoje subaproveitadas, sobretudo nos campi do interior.
A partir destes princípios, podemos acreditar na reconstrução do ideário de uma UECE crítica, democrática, de excelência acadêmica e gestada sob uma orientação política, moral e intelectual organicamente vinculada aos interesses coletivos.
Só LENBRANDO no dia 10 de abril: vote em LENA e HIDELBRANDO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário